Abertura da Exposição Instituto São Vladimir

 

 

 

Exposição no MASS resgata importância sociocultural do

Instituto São Vladimir para jovens refugiados russo-chineses

 

Mostra a ser inaugurada neste sábado (30) pretende difundir a memória desta comunidade que se instalou no Brasil na década de 50. Evento terá a presença de um dos ex-internos, Vladimir Anatoliy Maleh, russo-chinês morador do bairro Gonzaga, em Santos

 

De 1958 a 1968, no antigo Mosteiro de São Bento, onde atualmente é o Museu de Arte Sacra de Santos (MASS), funcionou o Instituto São Vladimir, que teve como propósito acolher meninos refugiados ‘russo-chineses’, provenientes principalmente da região da Manchúria, na China. A importância sociocultural desse internato para os jovens que provieram de situações precárias em diversos aspectos, correlacionando com o trabalho assistencial dos padres jesuítas, poderá ser conferida na exposição ‘O Instituto São Vladimir e a presença russa em Santos, pela voz dos imigrantes’, a ser lançada neste sábado (30), às 15h, no MASS.

A mostra, que segue até 29 de julho no local, apresentará a história deste Instituto por meio de fotografias, depoimentos orais e textos, e contará com a ambientação de uma capela ortodoxa, arquitetonicamente inspirada na que existia no interior do Mosteiro de São Bento, a qual os meninos russos frequentavam diariamente.

O material foi coletado a partir do Trabalho de Conclusão que leva o nome da exposição – ‘O Instituto São Vladimir e a Presença Russa em Santos, pela voz dos imigrantes (1958 – 1968)’, uma pesquisa realizada pela historiadora Barbara Higa, que teve como objetivo dar visibilidade à história do Instituto São Vladimir, destacando a presença da comunidade russa em Santos como parte da história da Cidade. “O intuito é preservar e difundir as memórias daqueles que viveram essa história e a importância do Instituto São Vladimir para a comunidade russo-chinesa que se instalou no Brasil na década de 1950 e que compõe a sociedade brasileira miscigenada e multicultural”, afirma a coordenadora do MASS, Márcia Egas.

Foram coletados cinco depoimentos, sendo um do ex-diretor, três ex-alunos nascidos na Manchúria e um frequentador, que visitava eventualmente. Também foram obtidas 428 fotografias que retratam situações do cotidiano, como os momentos de lazer, refeições, apresentações e ensaios de danças e peças teatrais, celebrações do rito bizantino-eslavo e momentos de aprendizagem.

A exposição é um projeto aprovado no 6º Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos – Facult, da Secretaria Municipal de Cultura, e ocorrerá de forma itinerante em outros locais a serem posteriormente divulgados.

 

Bate-papo – A abertura da exposição contará com a presença do ex-interno Vladimir Anatoliy Maleh, 67 anos, que viveu por dois anos no Instituto. Ele participará de bate-papo com o público e revelará histórias e curiosidades sobre o período em que viveu no local. Nascido na cidade de Harbin, na China, Maleh veio para o Brasil aos 3 anos com a família.

 

História – Por iniciativa do Pe. Philippe de Régis SJ, o internato foi fundado oficialmente em 14 de março de 1954, em Itu – SP, cuja missão foi a preservação e difusão da cultura russa. O Instituto funcionou no estado de São Paulo de 1953 até meados de 1980 – inicialmente em Diadema, seguindo para Itu, Santos e encerrando suas atividades em São Paulo. Em Santos, funcionou por 10 anos no antigo Mosteiro de São Bento, onde mais de 50 crianças russas viveram com padres jesuítas. Juntos, partilharam de um cotidiano repleto de brincadeiras, aulas de danças e músicas típicas russas, idioma russo, história, literatura e teologia, refeições com características russa e brasileira, além das Divinas Liturgias.

 

Russo-chineses – A origem do Instituto deveu-se ao fluxo imigratório russo para o Brasil na década de 50, principalmente após a Revolução Chinesa de 1949 e a II Guerra Mundial. Dentre estes imigrantes estavam os “russo-chineses”. São russos que imigraram para a região da Manchúria (China) devido à construção da Ferrovia Transiberiana e posteriormente à Revolução Bolchevique e, consequentemente, emigraram para outros países, dentre tais o Brasil. Muitos chegavam ao país e eram considerados sem cidadania. Sob tal perspectiva, as famílias russas deparavam-se com o recomeço de uma nova vida, desprovidas de moradia e profissão, além de desconhecerem o idioma e os costumes. As dificuldades eram ainda mais graves para os refugiados que tinham filhos menores, pois não havia escolas que os atendessem. Frente a esta circunstância, o Vaticano enviou ao Brasil sacerdotes formados no Collegium Russicum para ampará-los.

 

 

SERVIÇO:

Exposição: ‘O Instituto São Vladimir e a presença russa em Santos, pela voz dos imigrantes’.

Data: abertura sábado (30), às 15h; segue até 29.07, de terça a domingo, das 10h às 17h.

Endereço: Museu de Arte Sacra de Santos (Rua Santa Joana D’Arc, 795, sopé do Morro São Bento, em frente à Av. Getúlio Vargas. Acesso ao estacionamento pela Rua Visconde do Embaré).

Entrada: gratuita

Realização: Museu de Arte Sacra de Santos (MASS)

Parceria: Prefeitura de Santos, UniSantos e Diocese de Santos.

Apoio à imprensa: BemDita Palavra – Assessoria de Comunicação

 

 

 

 

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